“Navegar é preciso; viver não é preciso”
Esta frase de Fernado Pessoa, que ele mesmo comenta no texto abaixo e também é utilizada na música Os Argonautas do Caetano Veloso, não é de maneira alguma uma crítica a futilidade, a banalidade ou a insignificância da vida, como muitos podem pensar.
Eu analiso esta frase sob a ótica da precisão. Navegar sim é uma coisa precisa, ou deveria ser pelo menos para chegar ao lugar desejado com exatidão. Já as nossas vidas não.
Quantas vezes nos vemos traçando planos, sonhando, imaginando, nos preparando para aquilo que gostaríamos que fosse e quando menos percebemos o mundo inteiro deu voltas e nada sai como imaginamos antes.
Tem um ditado em Yidish que fala exatamente sobre isso: Mensch tracht un Gott lacht - O Homem planeja e D`us ri. Quem somos nós para acharmos que somos os senhores do nosso destino? Quanta prepotência de nossa parte.
Mas de certa forma acredito que é isso que torna a vida divertida. A chance de fazer algo novo todo dia, de poder mudar tudo o tempo todo, o fato de sermos independentes, espontâneos, impulsivos.
Todos esses aspectos da imprecisão da vida, que nos fazem navegar sem bússola e nem astrolábios, seguindo o nosso destino com o nosso coração e a intuição... sempre navegando pois:
“Navegar é preciso; viver não é preciso”
Esta frase de Fernado Pessoa, que ele mesmo comenta no texto abaixo e também é utilizada na música Os Argonautas do Caetano Veloso, não é de maneira alguma uma crítica a futilidade, a banalidade ou a insignificância da vida, como muitos podem pensar.
Eu analiso esta frase sob a ótica da precisão. Navegar sim é uma coisa precisa, ou deveria ser pelo menos para chegar ao lugar desejado com exatidão. Já as nossas vidas não.
Quantas vezes nos vemos traçando planos, sonhando, imaginando, nos preparando para aquilo que gostaríamos que fosse e quando menos percebemos o mundo inteiro deu voltas e nada sai como imaginamos antes.
Tem um ditado em Yidish que fala exatamente sobre isso: Mensch tracht un Gott lacht - O Homem planeja e D`us ri. Quem somos nós para acharmos que somos os senhores do nosso destino? Quanta prepotência de nossa parte.
Mas de certa forma acredito que é isso que torna a vida divertida. A chance de fazer algo novo todo dia, de poder mudar tudo o tempo todo, o fato de sermos independentes, espontâneos, impulsivos.
Todos esses aspectos da imprecisão da vida, que nos fazem navegar sem bússola e nem astrolábios, seguindo o nosso destino com o nosso coração e a intuição... sempre navegando pois:
“Navegar é preciso; viver não é preciso”
Fernando Pessoa:
“ Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
“Navegar é preciso; viver não é preciso”.
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.”
Os Argonautas
Caetano Veloso
O Barco!
Meu coração não aguenta
Tanta tormenta, alegria
Meu coração não contenta
O dia, o marco, meu coração
O porto, não!...
Navegar é preciso
Viver não é preciso...(2x)
O Barco!
Noite no teu, tão bonito
Sorriso solto perdido
Horizonte, madrugada
O riso, o arco da madrugada
O porto, nada!...
Navegar é preciso
Viver não é preciso (2x)
O Barco!
O automóvel brilhante
O trilho solto, o barulho
Do meu dente em tua veia
O sangue, o charco, barulho lento
O porto, silêncio!...
Navegar é preciso
Viver não é preciso...(6x)
